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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Batalha do Apocalipse


Em "A Batalha do apocalipse", o escritor brasileiro Eduardo Spohr apresenta seu universo fantástico angelical criando uma mitologia própria, baseado  princpalmente na mitologia judaico-cristã. O autor constrói com maestria uma aventura épica de dimensões gigantescas, superando expectativas, já que este é seu primeiro livro. A obra é uma fantasia que explora os misteriosos sentimentos e ações dos servidores alados do Deus Yahweh e suas consequências no mundo físico, desde a "queda dos anjos até o crepúsculo do mundo", como sugere o subtítulo.

Neste universo imaginário, o Soberano Deus Yahweh criara os mundos, espirituais e físicos, em seis dias, sendo cada dia representado por uma era de bilhões de anos. No sétimo dia Deus descansa e deixa a cargo dos anjos o governo do mundo, para só acordar novamente no final dos tempos, no Apocalipse. A trama narra a trajetória do anjo renegado Ablon, expulso do céu por discordar das decisões tirânicas do arcanjo Miguel, poderoso líder dos anjos. Em sua forma humana, Ablon atravessa os séculos da história do mundo, ora no plano físico, ora no espiritual, se aventurando para desvendar uma complexa intriga envolvendo os arcanjos Miguel e Gabriel, Lúcifer e seus demônios, anjos renegados, homens e o fim do mundo.

É bom frisar que o livro é uma fantasia, não uma tentativa de se pregar algum tipo de doutrina religiosa. É importante ter isto em mente antes de começar a leitura, pois a mitologia criada por Sphor contém elementos de diversas religiões, que servem como pano de fundo para uma aventura bem interessante. Os religiosos mais radicais talvez se sintam incomodados com alguns trechos da obra, como aconteceu na Itália, onde a Igreja Católica proibiu a publicação do livro, por conter "heresias".

Com uma trama bem fundamentada sobre os princípios universais da Jornada do Herói, com todas as suas etapas e seus arquétipos muito bem construídos, temos aqui uma obra peculiar da literatura nacional moderna. Apesar da estrutura mítica conhecida e identificável, a obra não possui clichês e contém muitos elementos surpresa. Eduardo Sphor impressiona com sua escrita dinâmica e cinematográfica, que em momento nenhum deixa o leitor cansado durante as 560 páginas de puro entretenimento. As descrições de anjos, demônios, do inferno e de batalhas espirituais são densas e levam o leitor a visualizar estes mundos de forma bem real. Os fatos históricos pelos quais os protagonistas passam, como as origens do misterioso rei Ninrod, da Torre de Babel e a queda de Constantinopla, são experiências fascinantes.

Infelizmente, ainda existe muito preconceito no Brasil para com autores nacionais de fantasia. Os brasileiros, em sua maioria, não acreditam no potencial de seus conterrâneos para determinados gêneros. Porém, Eduardo Spohr surge como um dos "pontas de lança" da literatura fantástica nacional da atualidade para mostrar que escritor brasileiro também sabe contar boas histórias fora do convencional. Começando as vendas de forma independente e posteriormente sendo publicado pela editora Record, "A Batalha do Apocalipse" chegara a entrar na lista dos 10 mais vendidos no país em 2010. Hoje o livro já foi lançado em diversos países, inclusive Holanda, Alemanha e Portugal.

Um comentário:

  1. É bom ler uma resenha deste livro. Estive para comprá-lo faz um tempo mas nunca comprei. Até agora não li Spohr, apesar de saber que ele é um dos fenômenos atuais da literatura nacional.

    Mais um pra lista de compras >.<"

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