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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

1984

Título Original: 1984
Autor: George Orwell  (1903 - 1950)
 
"Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado."

Talvez um dos livros mais importantes do século XX e muito mais do que uma ficção política futurista, 1984 é uma séria advertência contra toda e qualquer forma de sistema de manipulação de massas, seja de caráter político, religioso ou científico. Escrito em 1944, o que deveria ser apenas uma crítica ao sistema comunista russo da época, tornou-se uma obra-prima atemporal, que instiga o leitor a refletir acerca da sociedade em que vivemos. Manipulação do pensamento, guerras eternas, inimigos fictícios e o controle da informação são alguns dos assuntos tratados nesta impressionante história profética, que ilustra ludicamente fatos que assustadoramente tem acontecido nos últimos 60 anos da história da humanidade.

A história se passa em um futuro distópico, no ano de 1984, no país chamado Oceania, em que um governo totalitário controla todas as ações e pensamentos de seus cidadãos através de teletelas (televisores com câmeras e microfones) instaladas por todos os cantos. O misterioso líder deste governo, o Grande Irmão, é o "olho que tudo vê", e castiga de forma brutal todo aquele que manifestar qualquer pequeno sinal de desvio de conduta contra o seu Partido. Esses cidadãos, por sua vez, amam o Grande Irmão e o Partido, fanaticamente. Winston, um funcionário do governo que trabalha no Ministério da Verdade, cuja função é manipular as notícias e recriar a história conforme os interesses do Partido, resolve se rebelar contra o sistema com a ajuda de uma amiga, e descobre que terá que lutar contra algo muito mais poderoso do que poderia imaginar.

A data que o autor sugeriu para este futuro, em 1984, torna-se irrelevante para nós hoje e a trama em si é muito simples, apesar de possuir boas doses de suspense. Mas o melhor do livro é o cenário em que a história se passa e sua mensagem, extramamente atual, pode ser aplicada a toda e qualquer espécie de ideologia social, política, religiosa, filosófica ou científica. No livro, o Partido dominante governa baseado não pela força, mas na operação estratégica de "conversão" a uma forma de pensar dúbia, chamada duplipensamento. Segundo esta técnica de logro mental, as pessoas passam a acreditar em conceitos contraditórios ao mesmo tempo. Elas perdem a noção do certo e do errado, e passam a assumir como certo aquilo que o Partido diz ser certo. Este, por sua vez, constantemente adultera a história do país - excluindo e incluindo fatos em livros e jornais, criando e eliminando personagens, reais ou fictícios -, enquanto os cidadãos vivem uma espécie de amnésia oficial, acreditando e duvidando ao mesmo tempo.

Outro fator importante abordado no livro é a forma com que o Partido canaliza o ódio e revolta das pessoas para guerras sem fim e inimigos fictícios, distraindo as pessoas para que não se revoltem contra o Partido. O Partido estimula os cidadãos contra um determinado cidadão, Emmanuel Goldstein, que representa o grande inimigo da lei e da ordem. Não se sabe se ele realmente existe ou não. O que importa é gerar um frenesi de ódio contra ele e fazer com que as pessoas tenham um inimigo em quem colocar a culpa de todos os males.

A todo instante vemos governos e igrejas fazendo a mesma coisa em nosso mundo. Vietnamitas, Sadan Hussein e Osama Bin Laden são alguns exemplos de inimigos "criados" pelo governo norte-americano, com a finalidade de distrair a população, que por sua vez não busca o conhecimento verdadeiro dos fatos históricos, mas acreditam cegamente no que o Grande Irmão "Tio Sam" fala. Estude a fundo sobre Guerra do Vietnan, Guerra do Golfo e sobre Bin Laden e verá que os conceitos de "amigo" ou "inimigo" são relativos dependendo dos interesses de quem manda. Já no âmbito religioso, existem outras formas de se criar "inimigos". Por exemplo, muitos culpam o Diabo ou o Carma pelas desgraças de sua vida, quando na verdade o que falta é coragem para assumir seus erros ou enfrentar os desafios e provações concernentes a todo ser humano.

Em suma, 1984 é leitura obrigatória a todo aquele que não deseja ser mera massa de manobra, para aqueles que buscam ser pessoas autênticas, que anseiam por expressar sua opinião ainda que ela seja diferente da opinião de todos, para aqueles que não se contentam com verdades absolutas sem uma averiguação mais profunda e para aqueles que odeiam a Mídia repleta de parcialidade e controlada por interesses políticos. Este livro é para quem deseja agir de forma não convencional e ir na contra-mão do sistema, visando a verdadeira liberdade de espírito.

Se você ainda não leu o livro, aconselho a colocá-lo no topo de sua lista de leitura. É de fato uma obra muito importante, que merece uma atenção especial.
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O que você pensa sobre a manipulação de massas pela Mídia, políticos e igrejas? Acredita que isso acontece em nosso país (Brasil)? Comente sobre estes assuntos abaixo!

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