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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O morro dos ventos uivantes

Título Original: Wuthering Heights
Autor: Emily Brontë (1918 - 1948)

Nesta obra prima da literatura inglesa do século XIX temos um complexo, indigesto e conturbado romance. Forte e violento, macabro e doentio. É difícil até mesmo escrever uma resenha sobre ele, pois seu gênero varia de romance a terror psicológico, de drama melancólico a suspense sobrenatural. Um livro peculiar, que, ou o leitor ama, ou odeia. Único livro escrito por Emily Brontë - que morrera de tuberculose aos trinta anos -, foi mal compreendido na época de seu lançamento, mas reverenciado, anos depois, como uma das melhores novelas já feitas na história da literatura.

Toda a história se passa no interior da Inglaterra, por volta do ano 1800, em duas granjas vizinhas isoladas da cidade. Seus moradores - as famílias Earnshaw e Linton - viviam com certa tranquilidade até que um dia, o Sr. Earnshaw viaja para cidade e traz consigo uma criança estranha que mendigava pelas ruas. O menino, chamado Heathcliff, tinha origem e sobrenome desconhecidos. Sua adaptação a esta nova família acaba sendo muito conturbada e, conforme ele crescia, a vida tranquila nestas fazendas nunca mais seria a mesma.

Para as meninas que gostam de romances melosos, esse livro não é para vocês. A autora elabora com maestria uma linha do tempo, contando a história de duas gerações de duas famílias que são confrontadas com seu próprio orgulho, egoísmo e preconceito e saem de um pseudo-paraíso para o inferno ao longo de suas vidas. Esta é uma história de ódio, vingança e sofrimento. Chega a ser depressivo em alguns momentos e, após concluir a leitura, o leitor precisa de um tempo - dias ou semanas - para meditar na mensagem que ela passa sobre egocentrismo e suas consequências.

Emily Brontë foi soberba na escrita, que, apesar de densa, não chega a cansar e prende o leitor pela descrição arrebatadora de ambientes e intensidade dos personagens. Um deles destaca-se pela sua chocante malignidade. Este sujeito gera nojo e repulsa no leitor durante quase todo o livro. Ele é a personificação da pura maldade e perversidade. Suas atitudes vingativas e o terror psicológico imposto em suas vítimas são tão diabólicos que fazem com que Darth Vader ou Hannibal Lecter pareçam anjinhos perto dele. Para escritores que estejam em busca de referências criativas para construir um autêntico vilão em suas histórias, de dar calafrios na espinha, recomendo fortemente este livro.

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E você, já leu este livro? Gostaria de saber sua opinião. Você odiou ou amou? Demorou muito para digerir, ou vomitou? Deixe nos comentários o seu parecer!

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